Uma técnica capaz de corrigir malformações graves antes
mesmo do nascimento, a cirurgia fetal pode salvar vidas e evitar diversos
problemas em crianças. O procedimento, que ainda é pouco realizado no Brasil,
será tema do USP Analisa desta semana. O programa entrevista o professor da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da USP Lourenço Sbragia Neto.
Segundo ele, existem dois tipos de cirurgia fetal. Na
cirurgia fetal aberta, um corte no abdome da paciente permite que o cirurgião
chegue até o útero e faça o procedimento por meio de uma incisão muito pequena,
sem a necessidade de retirar o feto do órgão. Já a intervenção fetal é
realizada com o auxílio de um aparelho chamado fetoscópio, evitando cortes no
abdome da paciente.
O docente destaca ainda que esse tipo de cirurgia é bastante
indicado em duas situações. No caso de defeitos da coluna conhecidos
popularmente como espinha bífida, o procedimento evita a ocorrência de
hidrocefalia e reduz em até 50% a necessidade de implantação de uma válvula
após o nascimento, prevenindo problemas no desenvolvimento neuromotor. Já em
tumores raros no pulmão ou na coluna que geram sangramentos, a cirurgia fetal é
fundamental para salvar a vida do bebê.
“Toda situação de indicação para doença fetal precisa ser
bem diagnosticada. Por isso, é necessário que toda grávida faça o pré-natal
para identificar algum tipo de doença, especificamente um ultrassom, permitindo
que se possa triar, a partir de 20 semanas, algum defeito congênito”, explica o
docente.
A entrevista vai ao ar nesta sexta (17), a partir das 12
horas. O USP Analisa é uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9
MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP.