Nos carros, nos aviões, na palma de nossas mãos e até mesmo
nos aspiradores de pó. A inteligência artificial está cada vez mais presente no
dia a dia, facilitando a vida das pessoas e influenciando a sociedade positiva
ou negativamente. Para debater as consequências da inserção de robôs e máquinas
inteligentes na vida da população, o USP Analisa desta semana traz o docente do
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP Fernando Santos
Osório.
Ao contrário do que muitos filmes de ficção científica
apresentam, é praticamente impossível criar robôs com o mesmo grau de
consciência dos seres humanos. “Gosto muito de diferenciar inteligência de
consciência. Um ser pode ser inteligente, porém não ter consciência de suas ações
e até de sua tomada da decisão. Ele faz isso para reagir e resolver determinada
situação. O ser humano, esse sim, busca dar um sentido à vida, ter conforto,
saúde, condições econômicas favoráveis”, explica Osório.
O professor aborda também as mudanças produzidas no mercado
de trabalho pela inserção da tecnologia, mas ressalta que elas têm um caráter
positivo. “São mudanças que vão dar um ganho do ponto de vista de qualidade de
vida, social e têm o interesse de melhorar a vida das pessoas. É claro que vai
causar uma relocação dessas pessoas, porém quem vai decidir se é desemprego ou
relocação é o patrão. A robótica não é a causadora do desemprego, mas a
ganância de algum empresário pode ser”.
Osório ressalta também a importância do estímulo ao contato
dos estudantes com a tecnologia para estimulá-los a perceber o conhecimento
científico como algo interessante, conceito presente na Olimpíada Brasileira de
Robótica, uma das principais iniciativas da área no País.
“Quando você pega a física e a matemática, aquelas fórmulas
que antes não faziam sentido, quando você aplica concretamente sobre um objeto,
sobre o mundo real, essas fórmulas ganham sentido e os alunos descobrem que o
que eles não gostavam era a ‘decoreba’, a maneira como a matéria era
apresentada, e não a matéria em si”, diz.
A entrevista vai ao ar na Rádio USP Ribeirão Preto nesta sexta (2), a
partir das 12h, e na Rádio USP São Paulo na quarta (7), a partir das 21h. O USP Analisa é uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do
Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.