Cada vez mais as emoções ocupam um importante espaço nas
pesquisas realizadas pela Neurociência. Além de estarem presentes em boa parte
de nosso cotidiano, elas têm papel na formação da memória, na tomada de
decisões e até no desenvolvimento de algumas doenças. Para falar sobre o tema,
o USP Analisa desta semana conversa com os pesquisadores da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP Danilo Benette Marques, Matheus
Teixeira Rossignoli e Rafael Naime Ruggiero.
O estudo das emoções está relacionado com a teoria da
evolução das espécies, descrita pelo naturalista britânico Charles Darwin. “Ele
propôs que essas emoções seriam universais, elas não seriam aprendidas, a gente
nasce com elas porque isso está associado à evolução. Por exemplo, na surpresa
ou no medo, a gente tem uma resposta a algo que pode ser considerado uma
ameaça, a gente sai correndo”, explica Marques.
A formação de memórias também está intrinsecamente ligada à
emoção sentida no momento do acontecimento. “Quando a gente está vivendo uma
experiência, há um certo número de neurônios codificando essa informação. Ao guardá-la,
é basicamente como se eu reavivasse esses neurônios, mas de uma maneira mais
simplificada. Eu consigo lembrar dessa situação, só que de uma maneira mais
simples, tanto que nossas memorias não tão vivas, tão cheias de cores e
detalhes”, afirma Ruggiero.
“Situações muito traumáticas ou muito prazerosas facilitam a
formação de uma memória bastante duradoura. É fácil o indivíduo lembrar-se de
momentos muito prazerosos que marcaram sua vida, como também de momentos muito
ruins. As emoções, em relação à memória, são quase responsáveis por dar um
colorido, regular a intensidade daquela memória”, diz Rossignoli.
A entrevista vai ao ar na Rádio USP Ribeirão Preto nesta sexta (21), a
partir das 12h, e na Rádio USP São Paulo na quarta (26), a partir das 21h. O
USP Analisa é uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e
do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.